"Você não tem medo de mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo é do amor
Que você guarda para mim
Você não tem medo de mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo é de você
Você tem medo é de querer...
...Me amar"
Medo de amar-Adriana Calcanhoto
O medo nos acompanha desde que somos criancinhas. Quem não se lembra das histórias do lobo mau e do capitão-gancho que contavam para a gente? Do homem do saco que pegava crianças levadas?
Crescemos e ele veio junto conosco. De outra forma, medo de outras coisas. Mas está aqui.
Medo da perda. Medo da morte. Medo de amar. Medo de querer. Afinal para que arriscar, atirar-se no abismo se estamos tão seguros na nossa monotomia cotidiana? Para que trocar o certo pelo duvidoso? Por que eu deveria sair do conforto do meu sofá com um pacote de trakinas e me deixar atirar numa aventura? Não faço nada disso porque tenho medo.
E além desses medos, tenho medo de ter medo. E assim fico paralisada por todos os medos. Atonizada.
Não...Às vezes tenho prazer em sentir medo, mas só quando sei que no final (quase sempre) tudo acaba bem. O frio na barriga da montanha-russa, escaladas, rapel...Uma aventura de vez em quando cai bem...
O medo não vai sair daqui. Não adianta. Tenho que aprender a conviver com ele. Dribá-lo. Enganá-lo. Jogá-lo para debaixo do tapete como a poeira que varri hoje de manhã.
"Coragem, antítese do medo. Mas só existe em função dele." (Rubem Braga)
Se joga!